MUSEU

É uma instituição que abriga coleções de objetos de valor artístico, histórico ou científico, conservados e expostos para educação ou entretenimento do público.

Museum é uma palavra latina, derivada do grego mouseion, que, inicialmente, referia-se a um templo dedicado às nove Musas. Até o Renascimento, este termo não era aplicado em relação a uma coleção de objetos belos e valiosos. Os templos da Grécia antiga eram ricos em estátuas, vasos, pinturas e adornos em bronze, ouro e prata dedicados aos deuses; algumas destas obras eram expostas para o público. Da mesma forma, nos templos da antiga Roma (assim como nos espaços abertos, jardins, banhos e teatros) podiam ser contempladas obras de arte. Na Idade Média, as igrejas e os mosteiros da Europa guardavam jóias valiosas, esculturas, manuscritos e relíquias dos santos.

Segundo o dicionário Aurélio o vocábulo “museu” é: Coleção de objetos de arte, cultura, ciências naturais, etnologia, história, técnica etc. 2. Lugar destinado ao estudo e principalmente à reunião desses objetos. 3. Casa que contém muitas obras de arte. 4. Reunião de musas.

No século XVII, era freqüente a exibição de esculturas e pinturas sobre cavaletes nos salões ou galerias dos palácios e residências dos poderosos. Esta é a razão pela qual o termo galeria começou a ser utilizado para fazer referência ao local onde as obras encontravam-se expostas, para apreciação por seus proprietários ou pelo público em geral. As coleções de objetos artísticos ou curiosidades naturais de menor tamanho eram guardadas em gabinetes. Às vezes, a visitação era permitida para visitantes ilustres e, a partir dos séculos XVII e XVIII, foram abertas ao público em geral.

Alguns museus da atualidade foram constituídos na Europa do século XVIII, com acervos provenientes de coleções particulares ou reais. (Museu do Louvre, Museu Britânico, Museu do Prado).

Posteriormente começaram a surgir os museus modernos especializados em determinados temas ou áreas: museus universitários; de história; ou de ciências (Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, Museu Nacional de Antropologia da Cidade de México, Museu Americano de História Natural de Nova York, Museu Goeldi de Belém de Pará).

Os museus têm como função colecionar, conservar, estudar e interpretar diferentes objetos e seus acervos são formados de acordo com objetivos e normas de qualidade bem definidas. Os objetos escolhidos devem ser obras originais e adequadas para exibição, para o estudo ou ambos e documentados com informações precisas e acessíveis. É necessário que os museus cuidem da segurança, a conservação e a preservação das peças. Os profissionais que trabalham nos museus são museólogos, bibliotecários, arquitetos, iluminadores, restauradores e pesquisadores. Alguns museus contam com profissionais especializados em educação. Entre as atividades educativas, destacam-se a interpretação das coleções por meio de exposições permanentes, temporárias ou especiais; visitas guiadas; conferências e roteiros; programas de televisão e rádio; projeção de filmes e representações artísticas. Os museus costumam publicar catálogos sobre suas coleções e exposições contendo ilustrações e informações sobre os objetos, sua origem e história e a função desempenhada. Os mais importantes contam com bibliotecas especializadas para a pesquisa, o estudo e a documentação das peças.

                Há cidades, cujo valor artístico e monumental, lhes valeu o título de “cidade-museu”. Há, ainda, obras-primas de pintura e escultura que não se encontram em museus, mas em igrejas.

                O hábito de colecionar objetos variados remonta à época pré-histórica, como registram, por exemplo, os “tesouros” de conchas encontrados em sítios arqueológicos.

                Na Antigüidade, já se encontravam coleções de objetos de arte ou de materiais raros ou preciosos, conforme referências registradas de Homero (Séc. IX a. C.) a Plutarco (Séc. I/II d. C.).

                Na Grécia antiga, era hábito construir-se, ao lado dos templos, pequenos edifícios, necessários à guarda das oferendas (troféus, esculturas e trabalhos de arte).

                Na Idade Média, o hábito de reunir obras de arte era demonstração de prestígio para a elite feudal.

                Todavia, a criação do museu moderno ocorre entre os Séc. XVII e XVIII, a partir das doações de coleções particulares às cidades: doação dos Grimani a Veneza, dos Crespi a Bolonha, dos Maffei a Verona. Mas, o primeiro museu verdadeiro, surge a partir da doação da coleção de John Tradescant, feita por Elias Ashmole, à Universidade de Oxford, quando é criado o Ashmolean Museum (1683).

                O segundo museu público foi criado em 1759, por votação do parlamento inglês, que decidiu comprar a coleção de Hans Sloane (1660-1753), o que deu origem ao British Museum (Museu Britânico). O acesso, entretanto, era reservado a visitantes credenciados.

                O avanço do conhecimento, a influência dos enciclopedistas franceses e  o aumento da democratização da sociedade provocado pela Revolução Francesa fazem surgir o conceito de coleção como instituição pública, chamada “museu”.

                Assim o primeiro verdadeiro museu público só foi criado, na França, pelo Governo Revolucionário (Robespierre), em 1793: o Musèe du Louvre (Museu do Louvre), com coleções acessíveis a todos, com finalidade recreativa e cultural.

                O Séc. XIX é a época em que surgem muitos dos maiores e mais importantes museus em todo o mundo. São coleções particulares que se tornam públicas: Museu do Prado (Espanha), Museu Mauritshuis (Holanda). Surge o primeiro museu histórico, disposto cronologicamente, na Dinamarca (1830). Luís Filipe, funda na França o Museu de Versalhes (1833).

                Começam, também, a ser organizados museus do folclore: Dinamarca (1807), Noruega (1828) e Finlândia (1894).

                O desenvolvimento científico, com a teoria evolucionista de Darwin (1809-1882), fez multiplicar os museus de história natural: American Museum of Natural History (Museu Americano de História Natural).

                Nos Estados Unidos, em 1870, é fundado o Metropolitan Museum of Art (Museu Metropolitano de Arte), em Nova York.

                Começam a ser abertos, a partir do Séc. XX, museus vinculados a instituições e organizações: dos transportes e comunicações, da aviação, dos hospitais, dos teatros etc. Ao lado deles, surgem museus destinados a documentar movimentos políticos ou ideológicos (Museu da Revolução, em Moscou, de 1929; Museu da Paz, em Haia, 1921; Museu do Fascismo, em Roma, 1930).

                No Brasil, os museus, em sua grande maioria, foram fundados no Séc. XX, com exceção do Museu do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano (Pernambuco) que data de 1862 e do Museu de Mineralogia e Geologia da Escola Nacional de Minas e Metalurgia (Minas Gerais), de 1876.

                Destaca-se no Brasil, pela variedade e qualidade do seu acervo, o MASP – Museu de Arte de São Paulo, fundado em 1947.

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