“Técnicas de pintura” – Laca

 

A laca é incrustação resinosa, produzida em certas árvores, resultante da secreção de insetos, como coccus lacca, encontrados em países do oriente como a Índia e a China.

História

Já praticada na China por volta do século VI a.C., a requintada arte da laca atingiu seu apogeu durante a dinastia Ming, mas continua a desenvolver-se tanto em países do Oriente como em vários países ocidentais.

Como outros vernizes naturais, a laca é uma resina obtida de plantas da família das anacardiáceas, em geral das espécies Rhus succedanea, R. vernicina e Melanorhoea laccifera, originárias do Extremo Oriente. Colhido através de incisão na casca dessas árvores, o exsudado (látex de aspecto cremoso) é purificado por várias filtragens e preservado contra a ação do ar e da luz em recipientes hermeticamente fechados.

Com um pincel muito leve, superpõem-se ao objeto que se pretende decorar, geralmente de madeira, várias (às vezes mais de vinte) camadas finas de laca, que pode ser pigmentada. À aplicação de cada camada seguem-se a secagem, em atmosfera quente, úmida e livre de poeira, e o polimento, para obter homogeneidade e brilho. Sobre o objeto assim preparado podem executar-se diferentes técnicas de decoração: pintura, gravura, incrustação etc.

A laca é também bastante utilizada no acabamento final de instrumentos musicais de madeira.

As chamadas lacas de Coromandel, da costa leste da Índia, foram muito valorizadas na Europa. No Japão, onde a arte da laca foi assimilada no século VIII da era cristã, criou-se um verdadeiro estilo nacional, marcado pelos pintores da escola de Tosa. As lacas importadas do Extremo Oriente apareceram na França no século XVII, e foram apreciadas sobretudo no século XVIII, no embelezamento de móveis. No século XX, a técnica foi praticada, de modo original, por artistas franceses de fama, como Jean Dunand e Pierre Bodot.

Também se dá o nome de “lacas” ou “pigmentos” aos corantes insolúveis em água, mas solúveis em óleos, ceras e outros solventes orgânicos. Na fabricação de tecidos, são usadas não no tingimento, mas na estamparia, quando se emprega o processo denominado “estamparia por pigmentos”.

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